Sequelas e Reabilitação Pós COVID-19
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Sequelas e Reabilitação Pós COVID-19

A Covid-19 é uma infecção causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, que foi declarada como pandemia em março de 2020 pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O vírus, descoberto inicialmente na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China, em dezembro de 2019, apresentou um período de incubação que em humanos varia de 2 a 14 dias após o contato.


Conforme apresentado em diversos estudos ao longo desse período, as pessoas infectadas podem ter sintomas leves ou nenhum sintoma clínico, até quadros mais críticos, apresentando sintomas moderados e graves. O Ministério da Saúde lista a classificação dos casos de acordo com os sintomas e reações:


Casos assintomáticos: Teste laboratorial positivo para Covid-19 e ausência de sintomas.


Casos leves: Pessoas diagnosticadas com Covid-19 e com sintomas não específicos (tosse, dor de garganta, coriza, perda do olfato e paladar, diarreia, dor abdominal, febre, calafrios, mialgia, fadiga e cefaleia).


Casos moderados: Pacientes com teste positivo para COVID-19 e reações que vão de sintomas leves (tosse persistente, febre persistente diária) a sinais de progressão e piora de outros sintomas como: fraqueza, prostração, diminuição de apetite, diarreia e pneumonia.


Casos graves: Diagnosticados com Covid-19 e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SDRA), com sintomas de dispneia, desconforto respiratório ou pressão persistente no tórax, saturação de oxigênio abaixo de 95% em ar ambiente ou coloração azulada nos lábios e rosto.


Casos críticos: Pacientes com COVID-19 e sintomas e complicações que podem incluir SDRA, sepse, insuficiência respiratória grave, disfunção de múltiplos órgãos e pneumonia grave.


Cerca de 80 % dos indivíduos têm se recuperado sem necessidade de tratamento hospitalar, uma a cada seis pessoas infectadas ficam gravemente doentes e desenvolvem dificuldade para respirar. Neste caso, alguns pacientes podem apresentar um quadro infeccioso severo, necessitando de cuidados intensivos. A principal sequela nos pacientes que tiveram quadro clínico grave de COVID-19 é a fibrose pulmonar.


As complicações decorrentes do tempo de hospitalização prolongado em uma unidade de terapia intensiva, contribuem para perdas funcionais, aumento dos custos com saúde e redução da qualidade de vida e sobrevida pós-alta.


A imobilidade, proveniente da restrição ao leito, o uso prolongado de ventilação mecânica e de sedação, podem levar a um déficit de deglutição, disfunção severa do sistema musculoesquelético, cardiorrespiratório, gastrointestinal, cutâneo, urinário, resultando na perda de massa muscular e inervação; também podem apresentar alterações como : declínio cognitivo de longo prazo, deficiências de memória, atenção, velocidade de processamento e funcionamento, juntamente com perda neuronal difusa; encefalopatia aguda, alterações de humor, entre outras alterações.


Alguns desses sintomas parecem persistentes, mesmo em casos leves, e as consequências da infecção incluem fadiga, dispneia, taquicardia, perda muscular e redução da capacidade funcional. Ao longo do prazo, os sobreviventes da COVID-19 vêm apresentando anormalidades da função pulmonar, comprometimento psicológico e capacidade reduzida de exercício.


As intervenções fisioterapêuticas durante o período de internação e pós hospitalização são fundamentais para que o indivíduo retorne com suas atividades de vida diária o mais breve possível. Os exercícios devem ser individualizados e adaptados conforme as necessidades e limitações de cada pessoa.


Atualmente os exercícios domiciliares e a reabilitação a distância por vídeo, têm auxiliado bastante na recuperação dos pacientes, facilitando a adesão e evitando o deslocamento, permitindo maior conforto e segurança quanto aos riscos de reinfecção.


Estudos sugerem realizar exercícios aeróbicos, exercícios de força muscular, exercícios inspiratórios, neurofuncionais, após pelo menos 72 horas sem quadro de febre e sem uso de antitérmico, com estabilização da saturação de oxigênio, frequência respiratória e estabilidade clínica.


Portanto, sabemos que a COVID-19 pode gerar sequelas a curto, médio e longo prazo aos infectados. Estudiosos relatam os benefícios da reabilitação para esses indivíduos, e ficou claro que por se tratar de um vírus ainda não inteiramente compreendido e que continua em constante investigação, o acompanhamento e novos estudos são necessários para avaliar o melhor manejo clínico e ambulatorial a esses pacientes.





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