Monitorização protetora em ventilação mecânica
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Conceitos gerais sobre a monitorização protetora em ventilação mecânica

Atualizado: 25 de mar. de 2021

1. Apresentação Monitorização Protetora


Antes de abordarmos o conceito de monitorização protetora, que é a proposta deste artigo, se faz importante compreender os motivos que levam indivíduos numa fase crítica da vida a depender de equipamentos de pressão positiva, ou seja, dos ventiladores mecânicos. A insuficiência respiratória, sendo hipoxêmica ou ventilatória é a causa principal que provoca a incapacidade do sistema respiratório em remover o gás carbônico do sangue, e por outro lado, ofertar oxigênio para ser carreado pela hemoglobina, tipo de proteína encontrada no interior das hemácias (células sanguíneas). O oxigênio é um gás essencial para a integridade do sistema nervoso central, e portanto, para a manutenção da vida. De acordo Faustino (2007) que cita Tobin et al (2006), a ventilação mecânica (VM) é uma das duas principais razões pelas quais um paciente é admitido em UTI, para os autores, o principal objetivo da VM é promover o repouso da musculatura respiratória e reduzir o trabalho da ventilação, expresso em custo de oxigênio.

Atualmente, os ventiladores microprocessados são dotados de recursos tecnológicos de última geração que permitem a monitorização gráfica durante a interação deste equipamento com o paciente; este recurso é essencial durante o gerenciamento da ventilação mecânica, para minimizar as lesões induzidas pelo uso inadequado do respirador. As lesões pulmonares durante a ventilação podem ser causa de instabilidade hemodinâmica e levar o paciente ao óbito. De acordo com Piva et al (2000), as principais complicações observadas durante o uso indevido do respirador são:

• Barotrauma, quando a pressão excessiva utilizada durante a ventilação mecânica causa escapes de ar (pneumotórax, enfisema intersticial, pneumomediastino) (PIVA ET AL, 2000).

• Volutrauma, quando o volume corrente administrado distende preferentemente áreas com complacência normal ou aumentada, ocasionando estiramento e ruptura tecidual, seguida de extravasamento capilar, edema alveolar, anormalidades na produção e distribuição do surfactante (PIVA ET AL, 2000).

• Atelectrauma, é a lesão pulmonar relacionada com abertura e fechamento (colapso e distensão) de unidades alveolares. Neste caso, os pulmões são ventilados usando baixos volumes correntes, inferiores ao ponto de inflexão da curva pressão volume, e/ou a pressão no final da expiração não é capaz de manter as vias aéreas terminais e alvéolos abertos, levando a progressivo colapso pulmonar, sendo que, para reabrir estas unidades, uma pressão maior será necessária; (PIVA ET AL, 2000).

Como podemos conferir acima, ventilar doentes críticos exige muito treinamento, conhecimento de anatomia e fisiologia respiratória, além de, obviamente, compreensão e domínio da evolução das doenças causadoras de incapacidade respiratória. Por exemplo: pacientes com a síndrome do desconforto respiratório agudo (SARA) apresentam um desfecho clínico normalmente não favorável, como: inflamação sistêmica, hipoxemia severa e refratária ao oxigênio, baixa complacência pulmonar, hipercapnia e consequentemente falência múltipla dos órgãos. É de comum acordo entre a comunidade científica e os profissionais intensivistas que a mortalidade desse grupo de pacientes continua alta. Há um consenso da dificuldade em ventilar adequadamente esses doentes.

Como resposta ao problema apresentado, ao longo dos anos, vêm ganhando corpo a ideia de um modo mais seguro de exercer o tratamento ventilatório, denominado por ventilação protetora. A comunidade médica e acadêmica identificou que boa parte dos pacientes que faleceram por causa da síndrome respiratória, sofreram lesões pulmonares causadas pelo próprio respirador. Portanto, provavelmente estávamos ventilando inadequadamente esses pacientes. Na esteira desses eventos, e como resposta a eles, surge a ventilação protetora com um novo conceito: a utilização de baixos volumes correntes, controle da pressão inspiratória, hipercapnia permissiva e manutenção da drive pressure abaixo de um padrão determinado.

Mas, mesmo com estratégias promissoras que efetivamente diminuíram a mortalidade nas UTIs, e com profissionais de saúde cada vez mais especializados em ventilação mecânica, compreendemos que o desafio ainda é enorme. Com efeito, nós da Magnamed tínhamos que apresentar soluções viáveis com o intuito de facilitar a monitorização respiratória dos pacientes envolvidos e consequentemente, aumentar a segurança para usuários e doentes durante o suporte ventilatório protetor.


2. Monitorização Protetora


Os recursos de monitoração respiratória protetora, foram desenvolvidos através de uma parceria do departamento de engenharia da Magnamed com os especialistas clínicos da empresa. Com o esforço e empenho das equipes, uma nova tela de monitoração foi desenvolvida pela Magnamed, que mais uma vez, surpreende o mercado por ser uma fabricante nacional e de vanguarda. A monitorização protetora da ventilação, permite aos fisioterapeutas e médicos intensivistas um retrato instantâneo e em tempo real da dinâmica pulmonar durante a ventilação. Com a observação das linhas de distensão pulmonar, o operador possuí um importante recurso visual que o ajudará a compreender se os parâmetros ajustados estão de acordo com os protocolos de segurança, como a ventilação protetora. A nova tecnologia empregada no novo membro de nossa família, possuí potencial para reduzir lesões por excesso de pressão (barotraumas) e complicações por níveis inadequados de volume corrente (volutraumas) e atelectraumas.


Notas Finais


Ao longo dos últimos anos, houve o esforço da ciência em aprimorar os protocolos no tratamento de diversas complicações pulmonares para minimizar os riscos de lesão pulmonar durante o suporte ventilatório em pacientes críticos e, consequentemente, diminuir a mortalidade desse grupo. Da mesma forma, a Magnamed segue em convergência com a ciência, pois, vem investindo em pesquisa e no desenvolvimento de seus produtos, para poder oferecer aos usuários, equipamentos mais seguros e principalmente atuais. Os profissionais de saúde intensivistas que já faziam uso de protocolos de ventilação protetores, agora, poderão otimizá-los com todos os recursos de monitorização disponíveis na nossa nova linha de equipamentos.


Referências:

PIVA, J ET AL. Ventilação de alta frequência por oscilação comparada a ventilação mecânica convencional associada a reposição de surfactante em coelhos. J Pediatr (Rio J) 2000;76(5):349-56

FAUSTINO, E. A. Mecânica pulmonar de pacientes em suporte ventilatório na unidade de terapia intensiva. Conceitos e monitorização. Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo , v. 19, n. 2, p. 161-169, June 2007 .

Tobin MJ - Principles and Practice of Mechanical Ventilation 2nd Ed, McGraw Hill. 2006.


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