O vírus influenza é classificado em 4 tipos: A, B, C e D, dos quais o influenza tipo A (H3N2 e H1N1 por exemplo) tem potencial de transmissão mais elevado (CDC,2020).
A gripe é uma doença respiratória que infecta anualmente entre 5 e 15% da população global e é responsável por alta mortalidade em todo o mundo (Stöhr 2002). De acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de vírus Influenza A(H3N2) estão presentes em todo o mundo afetando mais de 30% da população mundial (WHO update-362). A OMS estima que essas infecções resultam em 250.000–500.000 mortes por ano (Vemula et al. 2016).
O vírus Influenza A(H3N2) causou muitos surtos e foi responsável pela pandemia de 1968. Durante essa pandemia, houve rearranjo genético no vírus da gripe aviária, que causou milhões de mortes em todo o mundo, quando foi introduzido à população humana (Shim et al. 2017).
O subtipo H3N2, batizada de Darwin, tem gerado surtos regionais pelo país impulsionada pela introdução desta nova cepa. Embora possuam diferenças genéticas, todos os tipos podem provocar sintomas parecidos. Os sintomas são febre alta no início do contágio, inflamação na garganta, calafrios, perda de apetite, irritação nos olhos, vômito, dores articulares, tosse, mal-estar e diarreia, principalmente em crianças.
H3N2 – SINTOMAS
FEBRE ALTA (ACIMA DE 38 GRAUS) |
DOR NO CORPO |
DOR DE GARGANTA |
DOR DE CABEÇA |
ESPIRROS |
TOSSE |
CORIZA |
CALAFRIOS |
NÁUSEA E VÔMITO |
DIARRÉIA EM CRIANÇAS |
CUIDADOS
O influenza é um vírus respiratório, assim como o que causa a Covid-19, portanto a prevenção contra ele ocorre da mesma forma, ou seja, com distanciamento social, uso de máscara e higiene das mãos.
O período de incubação do vírus H3N2 é de três a cinco dias, quando começa a manifestação dos sintomas, porém, também é possível que uma pessoa tenha a doença de forma assintomática, ou seja, sem apresentar nenhuma reação.
Durante o período de incubação ou em casos de infecções assintomáticas, o paciente também pode transmitir a doença. O período de transmissão do vírus em crianças é de até 14 dias, enquanto nos adultos é de até 7 dias.
A doença pode começar a ser transmitida até um dia antes do início do surgimento dos sintomas. O período de maior risco de contágio é quando há sintomas, sobretudo febre.
A atual vacina contra gripe, disponível na campanha de imunização de 2021, se mostrou capaz de conferir proteção contra a influenza H3N2 (Darwin), mesmo sem ter a cepa na sua composição. Este é o resultado de testes realizados no Instituto Butantan, produtor da vacina distribuída pelo Ministério da Saúde.
Segundo o diretor de produção do Instituto Butantan, Ricardo Oliveira, a vacina atual trivalente, composta pelo vírus da influenza H1N1, H3N2 e B, conferiu a proteção cruzada (quando o imunizante foca em neutralizar um vírus, mas consegue neutralizar outro) contra a cepa Darwin em testes de laboratório justamente por conter uma cepa H3N2, da mesma origem.
RISCOS
Mesmo com letalidade menor que a Covid-19, o H3N2 tem mais chances de evoluir para casos graves em grupos de risco (crianças, idosos, gestantes e indivíduos com comorbidades). A propagação do vírus pode ter relação com a baixa cobertura vacinal contra a gripe e com a flexibilização das medidas de restrição e prevenção adotadas contra a Covid-19.
Referências
Agência Fiocruz de Notícias. Vírus H3N2 no Brasil. Acesso ahttps://portal.fiocruz.br/
H3N2 no Brasil. Acesso a https://bvsms.saude.gov.br/h3n2-novo-virus-influenza-em-circulacao-no-pais/
Virus influenza A H3N2 no Brasil. Acesso a https://www.unasus.gov.br/noticia/h3n2-darwin-pesquisador-fala-sobre-o-virus-influenza-em-circulacao-no-pais
Ravina, Manjeet, Hari Mohan, Jagriti Narang, Shikha Pundir,· Chandra Shekhar Pundir. A changing trend in diagnostic methods of Infuenza A (H3N2) virus in human: a review (2021) 11:87 https://doi.org/10.1007/s13205-021-02642-w
Vemula SV, Zhao J, Liu J, Xue XW, Biswas HSI (2016) Current approaches for diagnosis of influenza virus infections in humans. Viruses 8:1–15. https ://doi.org/10.3390/v8040 096
Shim JM, Kim J, Tenson T, Min JY, Kainov DEV (2017) Counterresponse, influenza virus infection, interferon response, viral counter-response, and apoptosis. Viruses 9:223. https ://doi.org/10.3390/v9080 223
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